A Polícia Civil passou a investigar o desaparecimento de Bárbara Machado Padilha, 32 anos, desde que ela foi dada como desaparecida, no último final de semana. Na tarde de quarta-feira, após cinco dias de buscas, o corpo da dentista de Tupanciretã foi encontrado em Santa Maria, nas margens da BR-158. Agora, a Polícia Civil segue a investigação e aguarda o resultado de exames que vão indicar a causa da morte e se ela ingeriu alguma substância. Já foi descartada a possibilidade de morte violenta: a investigação trata como um caso de suicídio.
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- A gente não descarta a hipótese, até porque ela comprou chocolate, provavelmente para mascarar o sabor de algo. Esse laudo (o toxicológico) demora um pouco mais para ficar pronto - explica o delegado.
Ainda segundo o delegado, em um primeiro momento a Polícia Civil acreditou que a dentista tinha sido sequestrada. O fato de ela deixar a porta de casa aberta, as chaves caídas e a bolsa com dinheiro e documentos em casa levantou a hipótese logo após o desaparecimento. Porém, assim que começou o trabalho, isso foi descarado:
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- No domingo de manhã a gente já sabia que ela tinha ido para Santa Maria, mas ainda não sabíamos para qual parte da cidade. Aí acionamos o delegado Gabriel (Zanella) e a equipe dos bombeiros que começaram as diligências. Chegaram as informações do posto e ficou evidente que ela foi caminhando pela rodovia mesmo. As câmeras de segurança da loja de artesanato mostraram ela passando às 20h08min de sábado, mas ela não passou pelas câmeras da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
SINTOMAS DE POSSÍVEL DEPRESSÃO
De acordo com o delegado, alguns depoimentos indicaram que no meio e final de setembro ela começou a dar sinais de tristeza e de um possível quadro de depressão. Ela chegou a contar para uma amiga que estava se sentindo mais triste. Assim que essa informação foi conhecida pela Polícia Civil, os bombeiros deram início ao trabalho de busca em Santa Maria.
VESTÍGIOS
Adriano explica que o sinal do celular foi captado pela última vez na região de mato fechado nas margens da BR-158 na madrugada de domingo. Foi isso e as imagens das câmeras que fizeram a equipe concentrar as buscas naquele local. A pegada da bota dela acabou ajudando a confirmar a hipótese. Até terça-feira, dois cães farejadores eram usados pelos bombeiros. Na quarta, a cachorra Juju, também dos bombeiros, entrou em ação. Ela é treinada para uma habilidade diferente dos outros, e acabou localizando o corpo por volta de 14h45min.
A investigação aponta que ela planejava vir pra Santa Maria, provavelmente para não ser encontrada, já havia dias. No dia 24 de setembro, Bárbara tinha contatado um motorista de executivo e perguntado o valor de uma viagem só de ida a Santa Maria. Na sexta, ela fez um novo contato com esse mesmo motorista, mas ele estava ocupado. No sábado pela manhã, ela contatou um segundo motorista, com um nome falso. O homem, ao salvar o número dela no WhatsApp desconfiou que ela poderia estar mentindo e negou a corrida. Um terceiro motorista foi contatado e acabou trazendo Bárbara para Santa Maria.
INFORMAÇÕES FALSAS
Outro obstáculo encontrado pelos agentes de segurança foi o grande volume de informações falsas.
- Todo mundo queria contribuir de alguma maneira, emitiu opinião e um pensamento. Muitos tentaram ajudar, mas eram informações que não correspondiam a verdade. Algumas, poucas, eram verdadeiras, de quem disse que viu ela em cima da ponte. Infelizmente a maioria eram informações falsas.
RELEMBRE O CASO
Bárbara saiu de Tupanciretã por volta de 17h do último sábado. Entenda o que a investigação sabe sobre o que aconteceu desde o desaparecimento:
- Na tarde do último sábado, por volta de 17h, Bárbara deixou o escritório do marido, em Tupanciretã, e teria ido pra sua casa, a menos de 500 metros do local
- Por volta das 19h, o marido dela não a encontrou em casa. A chave de Bárbara estava caída no chão e a bolsa, com documentos, estava na residência. A porta do imóvel estava aberta
- O motorista do carro executivo disse que Bárbara pagou a corrida em dinheiro. Ele a deixou em um posto de gasolina por volta de 19h de sábado. Ele chegou a relatar que ela permaneceu em silêncio durante a viagem. Um dia antes, ela chegou a tentar contratar outro carro, mas por não dar informações, não conseguiu confirmar a corrida
- Câmeras de segurança da loja de conveniência do posto mostram ela no local, no começo da noite de sábado
- Do posto, ela teria caminhado em direção ao matagal
- O último sinal emitido pelo celular dela foi por volta de 5h32min de domingo
- Foram quatro dias de buscas que começaram no domingo. Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e a Polícia Rodoviária Federal atuaram nas buscas. A Polícia Civil chegou a fazer diligências em outros locais, como em Nova Palma e centros religiosos, de onde surgiram informações que supostamente poderiam levar ao paradeiro de Bárbara
- Na manhã de terça-feira, o marido dela veio de Tupanciretã e passou a acompanhar as buscas, junto de tios da dentista. Ainda na terça, amigos dela que residem em Santa Maria também chegaram ao local de buscas
- Na manhã desta quarta-feira, as buscas foram retomadas e interrompidas cerca de duas horas depois, para outras diligências. Depois, o trabalho foi retomado em local não informado pelos órgãos de segurança
- Por volta das 15h um cão farejador do Corpo de Bombeiros encontrou o corpo de Bárbara
- O corpo de Bárbara estava em uma área de matagal às margens da BR-158 às 15h desta quarta-feira
- Não foi encontrada a bolsa nem o celular de Bárbara
- A Polícia Civil acredita que Bárbara tenha perdido os pertences ao entrar na área de mato fechado
- O corpo de Bárbara foi levado para necrópsia
- O caso será investigado pelo delegado Adriano de Rossi da Delegacia de Polícia de Tupanciretã